Em visita aos Emirados Árabes Unidos, Jerônimo assina embaixo da criminosa privatização da refinaria baiana Landulpho Alves
Por Hilton Coelho


Por Hilton Coelho


Esse é um assunto muito caro ao povo da Bahia: a entrega da nossa refinaria Landulpho Alves (RLAN) ao capital estrangeiro, numa transação obscura do governo de Bolsonaro e que vem sendo investigada pela atual gestão da Petrobrás e no Senado.

Mesmo diante do escândalo que envolve a venda da RLAM - hoje batizada de Mataripe -, com a possível propina recebida em joias, avaliadas no valor de R$ 16,5 milhões, para que a RLAM fosse vendida pela metade do valor de mercado, o governador Jerônimo Rodrigues, durante visita com o presidente Lula aos Emirados Árabes Unidos, fez um acordo com o fundo Mubadala Capital, compradora da refinaria baiana, para investimento de R$ 12 bilhões nos próximos dez anos no estado.

Isso foi um acinte contra a Bahia. Além de R$ 12 bilhões ser um fiasco para um investimento em 10 anos, o que o governador fez foi ratificar a privatização absurda e criminosa, protagonizada pelo governo genocida de Bolsonaro, de uma refinaria próspera e que pertencia ao povo baiano e brasileiro.

Esse acordo destoa completamente da promessa de soberania energética que integra o plano de governo do presidente Lula. Vai também na contramão da prometida retomada do controle do País sobre o petróleo e a reconstrução da Petrobrás para que a estatal atue voltada às necessidades e interesses do povo brasileiro. Um ano após a privatização da RLAM, a Bahia passou a ter os combustíveis mais caros do Brasil. A população sentiu no bolso o peso da carestia, inclusive, do gás de cozinha.

Como é que, diante dessa contingência, o governador faz um acordo desse, com um grupo estrangeiro que é alvo de investigação sobre as joias da Arábia Saudita que a família Bolsonaro tentou levar ilegalmente do Brasil?

Em vez de mobilizar a reestatização de um patrimônio importante para a soberania nacional, o governador assina embaixo de um dos mais graves e escandalosos crimes contra o povo brasileiro.

O que vem ficando cada vez mais evidente é que há muita incoerência e contradição entre o projeto do governo petista para o povo baiano e o projeto prometido pelo governo Lula para o Brasil.

O governo da Bahia parece ter ficado mais próximo de muitas aberrações da extrema-direita do que vinculado a uma ética de justiça tão cara aos movimentos populares de que o PT se valeu por tanto tempo.


*Imagem: Saulo Cruz/MME