O retorno das atividades presenciais na rede estadual entra na terceira semana e o governo da Bahia segue insistindo em não levar em conta as demandas apresentadas pelas trabalhadoras e trabalhadores em educação, pelos pais e responsáveis e estudantes da rede estadual de ensino.
O movimento contra esse retorno vem se fortalecendo porque há a compreensão de que as Unidades Escolares não têm condições estruturais para garantir a segurança sanitária e conter a circulação do Coronavírus, que mesmo diminuindo o seu ritmo de contaminação, ainda mantém a inaceitável média de mil mortes por dia no Brasil.
O retorno das atividades escolares dessa forma coloca, sem dúvida, a vida da população em risco, favorecendo a disseminação das cepas do Coronavírus e suas mutações.
Além disso, é preciso pontuar que o governador da Bahia impõe o retorno às atividades presenciais, mas não criou uma contrapartida para construir as condições para o ensino remoto, desde que foi instituído. A responsabilidade pelo acesso, produção de conhecimento e aprendizagem ficaram sob os ombros das educadoras e educadores, dos estudantes e suas famílias. Não houve apoio ou ajuda para custear energia, internet e toda a logística operacional para viabilizar as aulas online.
Educação é direito. No entanto, aulas se repõem, mas vidas não. O fato de estarmos vivendo uma pandemia, cujas consequências foram agravadas escandalosamente por uma política deliberadamente genocida, coloca como urgente a luta pela imunização total da categoria trabalhadora em educação, assim como pela segurança sanitária para toda a comunidade.
Por esse motivo, manter a segurança sanitária dos espaços públicos e privados é fundamental. Abrir escolas sem um programa discutido e construído com as comunidades pode elevar o risco de contaminação e facilitar a entrada e surgimento de novas cepas.
A reabertura das escolas em outros estados já demonstrou estar ligada ao aumento de transmissão do Coronavírus e, consequentemente, de mortes.
A variante Delta já está reconhecidamente em transmissão comunitária no País. O estado do Rio de Janeiro já foi forçado a reconhecer a necessidade de fechamento das escolas de diversos municípios após o aumento de casos de Covid-19.
Os fatos vêm nos mostrando que os protocolos de convivência que não dialogam com a reestruturação das unidades escolares não têm validade quando são colocados em prática.
Também não podemos tratar as unidades escolares como comunidades fechadas. Entre inúmeros questionamentos, está a pergunta: como a comunidade escolar se deslocará para as atividades presenciais? Pensemos, como primeiro exemplo para essa resposta, na cidade de Salvador: através de um sistema de transporte público precarizado, funcionando como viveiros de novas cepas de Coronavírus que se reproduzem com facilidade.
Discursos irresponsáveis e sem base científica, epidemiológica, estão sendo disseminados, confundindo a população sobre vacinação e imunização, que são duas coisas diferentes.
Isso é inaceitável. Com a vida não se brinca. Sejamos RESISTÊNCIA! Contra a política da morte e pelo direito à vida!