Ao contrário do que Bolsonaro sinalizava,  uma espécie de Independence Day, em que uma movimentação de seus seguidores seria decisiva ao seu favor, o que vimos foi uma intenção frustrada ou, para usar uma expressão do momento, uma flopada.

Precisamos ficar atentos para o fato de que essas manifestações bolsonaristas de ontem foram organizadas por um esquema muito bem montado, marcado por elementos de artificialidade, com muita gente na rua, bem verdade, mas num contingente muito aquém da expectativa do núcleo organizador desse esquema.

Foi a demonstração de que essa mobilização está longe de representar a expressão da vontade do povo brasileiro. Pelo contrário. As sinalizações do mundo político é de que esse governo da morte marcou um gol contra, sinalizando que não tem a força que alegava ter. Isso ficou evidente no discurso sempre de ódio, mas abatido, do presidente.

Todas as ameaças à institucionalidade democrática, ao Supremo Tribunal Federal (STF), à própria Constituição brasileira expressam o comportamento autoritário e fascista de um arbítrio autocrático, que vem se tornando, quase em absoluto, isolado politicamente, tanto no contexto local quanto internacionalmente.

Por outro lado, essa expressão da política do ódio é contrastada pelas manifestações da real vontade da maioria do povo brasileiro, que hoje não reconhece esse ente político como governante, mas que ainda não chegou a ocupar as ruas de forma que corresponda à sua real força. Isso devido a muitos constrangimentos ligados ao medo da disseminação do Coronavírus. A Covid-19 foi transformada em mordaça contra as reações massivas de rua contestatórias da necropolítica de Bolsonaro. Esses constrangimentos que foram muito bem trabalhados pelo bolsonarismo até certo ponto, começam, no entanto, a ser ruídos.

Essa reação já se expressa em pesquisas eleitorais, como a última do Atlas Político, divulgada nesta semana. Ela mostra que a rejeição contra Jair Bolsonaro já chega a 64%, com tendência de aumento a cada dia.

Por isso, é muito importante que todes nós, das lutas populares, estimulemos, juntes, a manifestação organizada dessa grande maioria da população pelo fim desse governo que só gera fome, inflação, aumento de gasolina, de gás, muito, muito desemprego e, além das piores faces das relações entre as pessoas, a morte, genocídios. Esse governo precisa ter um fim urgentemente. Fora Bolsonaro e Mourão!