Hilton Coelho*
Alguém tem dúvida de que quem apertou o gatilho na chacina em Sinop, no Mato Grosso, foi a política de morte de Bolsonaro? Façamos as contas de quantas pessoas foram assassinadas ou feridas por bolsonaristas! Começando por nosso Mestre Môa do Katendê!
Já calculou quantos atentados em escolas estão vinculados à política de armas e de ódio de Bolsonaro: ao menos 11 durante o governo do genocida!
Há pelo menos duas características que dominam nesses massacres e atentados. A primeira é que os agressores e assassinos têm um histórico explícito em redes sociais de alinhamento a Bolsonaro.
A segunda característica é que a maior parte das armas de fogo usadas nesses episódios pertencem a pessoas registradas como CAC (Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador). Não por acaso, um dos assassinos de Sinop era registrado pelo Exército como CAC e chegou a frequentar um clube de tiro em Sinop.
No governo do genocida, os registros de CACs mais que triplicaram em relação ao total dos 15 anos anteriores, de acordo com informações do Exército. E pasmem: o número de armas registradas para esses grupos, superou, com Bolsonaro, em mais de cinco vezes!
E o que dizer do contingente de células nazistas que se proliferaram no Brasil durante esse governo da morte? Células de extremistas de direita saltaram de 530 para 1.117 entre 2021 e 2022, segundo pesquisa da saudosa antropóloga Adriana Dias, uma das maiores autoridades em neonazismo no Brasil.
Foi Adriana Dias quem encontrou carta de Bolsonaro publicada em sites neonazistas em 2004. Não foram à toa os brindes de copo de leite nas lives do ex-presidente e os gestos de assessores e apoiadores seus. Apitos de cachorro para dar e vender.
E aí? Diante da política deliberada para o aumento de circulação de armas, com tanto estímulo ao ódio, com gabinete especialmente montado para isso no chão da sede do Planlato, com tanto alinhamento e apoio à disseminação do neonazismo, com tanta disseminação de arminha com as mãos, até mesmo formatando mãos de crianças com esse gesto, ainda tem dúvidas de quem apertou o gatilho da chacina em Sinop?
*Hilton Coelho é historiador, militante dos movimentos populares e deputado estadual pelo PSOL. Está em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa da Bahia, representando toda uma coletividade de esquerda e de resistência.