Nessa semana completamos um mês do decreto que instituiu o retorno semipresencial às atividades letivas na Bahia. Sem segurança, sem respeito às comunidades e colocando em risco a população com a chegada de novas variantes.
Na rede municipal de Salvador, Bruno Reis e o seu secretário de Educação afirmam que há um protocolo rígido que garante a segurança do local, mas o que estamos encontrando na rede demonstra um total descumprimento desse mesmo protocolo. Falta agente de limpeza, auxiliares de desenvolvimento infantil para dar suporte a professoras e alimentação de qualidade. A merenda na primeira semana foi basicamente suco e biscoito.
Na rede estadual, o desrespeito e a falta de diálogo impera, depois de passar 2020 em branco, sem propor nada para educadoras e educadores, em 2021, lançaram um protocolo sem dialogar com as necessidades da rede, sem projeto de acessibilidade às tecnologias e, neste mês, impuseram o retorno às atividades presenciais punindo com corte de salário os professores que não aceitaram retornar às escolas sem a devida segurança.
Esse quadro nos assusta, pois demonstra que os nossos governantes não estão tendo nenhum zelo pelas vidas das pessoas que estão envolvidas nesse processo. Na rede estadual, os casos de contaminação aumentam a cada semana. São mais de 60 escolas com surto de Covid-19.
Além disso, em mais de 100 cidades baianas não há oferta de transporte escolar para os alunos da zona rural. Isso inviabiliza o acesso a educação desses estudantes.
Com vidas não se brinca. A chegada da Variante Delta à Bahia junto a esses protocolos ineficazes podem produzir um quadro de colapso no nosso sistema de Saúde, assim como está acontecendo no Rio de Janeiro.
Não seremos cúmplices de governos que se omitem das suas responsabilidades e se juntam ao negacionismo que matou milhares de brasileiras e brasileiros.
Repudiamos as ações de Bruno Reis e Rui Costa e declaramos total apoio à luta das educadoras e educadores da Bahia.