Prefeitura de Salvador quer acabar com a EJA. Mas seremos Resistência!
Por Hilton Coelho

Por Hilton Coelho*

A ideia absurda e cruel da prefeitura de Salvador, uma gestão anti-povo e racista, é cortar 77% do total de escolas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que restaram na capital baiana.

Isso porque já houve o fechamento de 42 unidades .Por isso, marcamos nossa presença e luta na audiência pública realizada no Ministério Público da Bahia (MPBA), somando forças aos grupos e coletivos envolvidos com a pauta da educação.

A audiência surgiu de ações desses segmentos preocupados com o que a prefeitura de Salvador vem fazendo com a educação: dificultando o acesso a esse direito básico e constitucional, principalmente daquelas e daqueles que mais precisam.

Antes dessa audiência, o Ministério Público chegou a apresentar à prefeitura, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) sobre o planejamento e oferta da EJA. O conteúdo do TAC foi estruturado a partir de um inquérito de mais de 700 páginas, movido pelo Ministério Público e que mostrou o desmonte sistemático da Educação de Jovens e Adultos de Salvador.

No entanto, além de se negar a assinar o termo, a prefeitura deixou estudantes de 44 escolas da EJA que foram fechadas sem aula e ainda pretende dar fim à maior parte do que restou.

Essa politica reforça o traço racista da prefeitura. Os estudantes que são contemplados pela EJA são em maioria jovens negras e negros que não conseguiram concluir os seus estudos porque tiveram que trabalhar para ajudar as suas famílias.

Mas nosso mandato da Resistência, a categoria docente e a sociedade civil estamos mobilizados! Não vamos aceitar que esse retrocesso continue a imperar na cidade de Salvador.

*Hilton Coelho é deputado estadual (PSOL-BA), historiador, ativista dos movimentos populares e membro da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público, assim como da de Direitos Humanos e Segurança Pública, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Também na Alba, entre 2019 e 2021, foi titular da Comissão Especial da Promoção da Igualdade. Foi reeleito em 2022 para dar continuidade ao Mandato da Resistência.